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“Ser padre é uma vocação, um dom, um chamado de Deus”, dizia o saudoso Padre Antônio

Há 15 anos o Padre Antônio concedia uma entrevista a um jornal de São Benedito e contava um pouco da sua história, a ideia do Santuário e sobre a Campanha da Fraternidade de 2007

A morte repentina do Padre Antônio nessa quarta-feira (10) deixou as pessoas da região da Ibiapaba perplexas com a notícia. O reitor do Santuário de Fátima, localizado em São Benedito, sofreu um choque cardiogênico e ficou internado dois dias em um hospital de Sobral.


Nas redes sociais, diversas manifestações de pêsames, lembranças e fotografias do padre Antônio foram publicadas após o anúncio de seu falecimento. Nas recordações, trechos de suas falas, momentos marcantes ao lado do sacerdote e várias citações proferidas por ele.


Em 2007, Luis Antonio Gomes, editor do Correio Ibiapaba, coordenava um projeto de um jornal escolar no Colégio Professora Alice do Carmo Oliveira (CPACO), em São Benedito. O Jornal CPACO tinha na equipe os alunos da escola e o primeiro entrevistado da 1ª edição foi o Padre Antônio.


“A primeira vez que eu encontrei o padre Antônio foi em uma entrevista, feita no Santuário. As alunas estavam nervosas, mas preparadas. Elas elaboraram as perguntas e eu dei uma pequena orientação”. “Lembro do seu entusiasmo com o projeto do Santuário, que a época estava praticamente no início das obras de construção”, conta Gomes.


Na entrevista, o Padre Antônio contou como iniciou o seu sacerdócio, relatou sobre a idealização do Santuário de Fátima e comentou até sobre qual profissão teria escolhido caso não tivesse se ordenado como padre.


O site do Correio Ibiapaba a matéria para homenagear o Padre Antônio Martins Irineu. Confira abaixo a entrevista feita pelas alunas Flávia Pimenta, Maria Gorete e Jordana da Costa.

Jornal CPACO: Por que o senhor decidiu ser padre?

Padre Antônio: Eu creio que ser padre é uma vocação, um dom, um chamado de Deus, que humanamente não pode ser explicado.


Jornal CPACO: Onde foi a primeira celebração e como o senhor se sentiu?

Padre Antônio: Minha ordenação foi em 10 de julho de 1993, no Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e minha primeira celebração também foi lá, no dia 11 de julho de 1993, foi para mim um sonho que se concretizou.


Jornal CPACO: Em algum momento de sua vida, antes do senhor ser padre, pensou em seguir um outro caminho?

Padre Antônio: Sim. Eu iria ser engenheiro ou arquiteto, mas você tem que fazer uma opção, não podemos abraçar todos os sonhos.


Jornal CPACO: Sabemos de sua devoção por Nossa Senhora de Fátima e pelo Padre Pio, de onde ela vem?

Padre Antônio: Padre Pio, que recebeu as cinco chagas de nosso Senhor, 1/C uma figura extremamente enigmática, mas de uma grandeza extraordinária, é tanto que pouco tempo após a sua morte, ele foi canonizado e o próprio João Paulo II o chamou de apóstolo da misericórdia. E Nossa Senhora foi uma aparição para três crianças, e em cada uma das aparições, ela dizia o que queria da humanidade e as crianças transmitiam para o povo.


Jornal CPACO: Antes do senhor vir para São Benedito, passou por outros municípios, o senhor se sentiu tão querido como aqui?

Padre Antônio: Eu vivi em muitos lugares, mas diretamente em dois, na periferia São Paulo, onde tinha muita amizade com o povo, e aqui em São Benedito, pelo fato de estar há 13 anos.


Jornal CPACO: Como surgiu a ideia do Santuário?

Padre Antônio: Era um sonho antigo da Diocese [de Tianguá], porque a região da Ibiapaha não tem um santuário, e a maior parte das pessoas que vai para Canindé é proveniente daqui da Serra da Ibiapaba. E também pela devoção do povo para com Nossa Senhora de Fátima.


Eu creio que ser padre é uma vocação, um dom, um chamado de Deus, que humanamente não pode ser explicado.

Jornal CPACO: Qual a sua expectativa ao concluir esse projeto?

Padre Antônio: Esse projeto ainda vai demorar para ser concluído, porque ele é muito amplo, além de ser um devoto de Nossa Senhora de Fátima e essa foi uma decisão que exigiu muita coragem, pela falta de recursos, pois nós dependemos só da contribuição do povo.


Jornal CPACO: Como o senhor vê o crescimento das outras igrejas, o que pode ser feito para que a Igreja Católica mantenha os seus fiéis?

Padre Antônio: O maior desafio para nós da Igreja Católica é conscientizar o católico, que ele viva a sua fé, a nossa preocupação não deve ser com as outras igrejas, pois só queremos que cada católico tenha consciência e fé.


Jornal CPACO: O que o senhor está achando da Campanha da Fraternidade [o tema foi Fraternidade e Amazônia] da Igreja Católica?

Padre Antônio: A Campanha da Fraternidade contempla a realidade da Amazônia, não só a natureza, mas também os índios que também estão sendo agredidos, à medida que se destrói a natureza também são destruídas as culturas, e a campanha foi feita para alertar e conscientizar o mundo.


Jornal CPACO: O que o senhor está achando da vinda do Papa Bento XVI ao Brasil?

Padre Antônio: O papa é um sinal muito forte para os católicos. Nós vamos ganhar muitas bênçãos, sobretudo porque ele vai canonizar o primeiro santo do Brasil, o Frei Galvão.


Jornal CPACO: O senhor quer deixar alguma mensagem para os colaboradores do Santuário?

Padre Antônio: Eu agradeço pela generosidade dos colaboradores, porque são eles que estão construindo essa grande obra.




(Correio Ibiapaba - transcrição da entrevista da edição 1, do Jornal CPACO, publicada em maio de 2007)



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