O poeta Belchior sempre escreve poesias em homenagem às cidades ibiapabanas
Francisco Belchior Chaves de Almeida tem orgulho de Ipueiras e demonstra o quanto não esquece da sua terra natal, das peculiaridades de seu torrão e da saudade da infância de momentos inesquecíveis. Atualmente, reside em São Paulo, trabalha em um restaurante, e aproveita o tempo livre para se dedicar à leitura e escrita.
Em suas poesias, Francisco Belchior costuma escrever sobre a região ibiapabanas, como recentemente no ano passado fez o poema “Parabéns Ipu, cidade de grandes belezas”, na ocasião do aniversário do município. Em seu livro “Na trilha da alma poética”, lançado na semana passada, em São Paulo, entre os poemas, o autor escreveu “Ipueiras sempre linda e bela”, em que fez referência à cidade.
Belchior contou ao site do CI, que na obra, ele reuniu alguns dos seus poemas que foram publicados em antologias literárias e outros escritos antes e durante a pandemia. “Foram nos dias de isolamento social, que a poesia fez parte cada vez mais não só da minha caminhada, mas também de outras pessoas. Nas letras, a alma faz a sua caminhada, percorrendo os vales de esperança e nos campos floridos dos nossos sonhos”.
Ele também diz que a poesia é uma terapia e costuma participar de alguns saraus on-lines em São Paulo e no Rio de Janeiro. Desde 2019, atua no movimento artístico ‘Café com Poesia’, na capital paulista. Participou do sarau ‘Um Brinde à poesia’, em Niterói-RJ, em 2020, e também da coletânea ‘Inflexões’, em 2021; também colaborou com um poema publicado na revista ‘Entre Versos’, de Minas Gerais, no ano passado.
“Apesar da pandemia do novo vírus, faço da arte, da leitura e escrita, principalmente da poesia, uma arma de superação contra vários problemas tão comuns em tempos de crises”, relata Belchior.
Confira abaixo três poesias de Francisco Belchior. Uma delas em homenagem a Guaraciaba do Norte, que não está no livro. As outras duas: ‘Obrigado pai’ e ‘Para usufruir o melhor da vida’, esta última está em vídeo, no canal ‘Cesto de Cordel’.
Guaraciaba das carnaubeiras
A carnaubeira bela
Está fincada no brasão,
Das terras de Alencar
Lugar do meu torrão.
Dessa árvore exuberante
Famosa Árvore da Vida,
Eis que o chá da carnaúba
É o bálsamo de algumas feridas.
Ela faz parte do bioma
Diversificado do sertão,
Sempre bem resistente
Em qualquer situação.
Mas preservar é preciso
Não pode deixar findar,
Esse tesouro da natureza
Temos que saber cuidar.
Da Serra de Guaraciaba
Tenho muita saudade,
Onde um dia foi a minha taba
Numa pequena cidade.
Onde fazia artesanatos com
Os leques da carnaubeira,
Com a cera fazia até vela
Na qual vendia na feira.
Se Gonçalves Dias cantou
O sabiá na majestosa palmeira,
Deixe que eu por cá cante
A graúna na sombra da carnaubeira.
Obrigado meu pai
Obrigado ó pai
Por ser esse paizão,
Que sabe perdoar
Mesmo quando
Me esqueço de pedir perdão.
Ser pai é ser um herói;
É ser um grande amigo,
É ser um mestre sábio
É fazer da sua proteção
Um verdadeiro abrigo.
Seus conselhos são ouro
Tendo um grande valor,
Com seus exemplos de esforço
Vivendo a vida sempre com
Dedicação e também amor.
É difícil essa caminhada
Crescer é amadurecer,
Apesar mesmo da rebeldia
O filho volta um dia
Pra casa que lhe viu nascer.
"Na Trilha da Alma Poética a poesia se tornou uma guia para levar ao um caminho de autoconhecimento e de elevação espiritual".
Francisco Belchior
(Correio Ibiapaba - Fotos: Divulgação)
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