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"A Igreja Católica sofreu muito com as perseguições do governo russo", afirma Dom Edimilson

Atualizado: 4 de mar. de 2022

Em entrevista à Santana FM, o bispo de Tianguá falou sobre a guerra no leste europeu e fez uma oração pela paz mundial

O bispo da Diocese de Tianguá, Dom Francisco Edimilson, participou do Jornal da Santana FM, hoje (1) à tarde. Na oportunidade, o sacerdote falou sobre a Quaresma, a Campanha da Fraternidade e a guerra entre a Rússia e Ucrânia.


O bispo inciou a participação destacando a importância do período em que a igreja se prepara para a celebração da Quaresma e traçou um paralelo com a guerra nos dois países do leste europeu. “Esse é um período que nos motiva muito, sobretudo quando essa questão da guerra envolvendo a Ucrânia e a Rússia, e isso tem provocado muitas preocupações na igreja”.


Ele abordou o potencial da Igreja Católica na Ucrânia, e o que ela tem enfrentado na Rússia, “a igreja na Ucrânia é uma igreja forte, muito bem consolidada, mas nos países onde a Rússia teve intervenção direta, como na Criméia recentemente anexada ao território russo, a Igreja Católica sofreu muito com as perseguições do governo russo, que não aceita a ideia da presença da Igreja Católica, uma vez que o nosso governo é universal”. “O Papa tem o poder de entrar em todos os países através dos atos consagrados, os batizados. A Rússia se assusta com a ideia de um poder que está fora do controle do próprio governo”, reforçou o bispo.


“Nesse sentido, a igreja propõe tempos especiais como este da Quaresma, para que nós possamos rever a nossa vida, o nosso interior para que nossas atitudes não se transformem em atitudes - como dizia o Papa [Francisco], em 23 de fevereiro – em atitudes diabólicas”.


Sobre a paz


O bispo após citar a fala do Papa Francisco, enfatizou que o mundo é um só e que a guerra não é solução, muito menos a violência vivenciada nos dias atuais. “O mundo é uma casa comum, uma casa para todos. Quando uma nação sofre, todas as outras nações sofrem. Nós não podemos alimentar e apresentar a guerra como uma via para superação da paz. O diálogo, o sentar juntos, desarmar-se para poder todo mundo viver em paz”, afirmou.


Dom Edimilson lamentou algumas cenas da guerra, de crianças sendo queimadas, como também de “jovens que nunca foram para a guerra civil, tendo que se vestir de soldados, chorando para enfrentar e defender a nação”.


Com a convocação do Papa Francisco, para que a quarta-feira de Cinzas seja dedicada para o dia de oração pela paz mundial, o bispo convidou a todos para a programação especial que acontecerá amanhã em toda a Diocese, com as paróquias, áreas pastorais e missionárias. “Teremos um dia de jejum e orações pela paz, teremos uma programação especial em todas as 21 paróquias dos 13 municípios que compõem a Diocese de Tianguá”.


Às 15 horas, acontecerá a recitação do terço da misericórdia, na Catedral de Sant’anna, em que será pedido misericórdia a Deus e paz para as nações, com transmissão pelos meios de comunicação e também pelas redes sociais. Às 18h, na praça do IET, em frente ao Santuário Eucarístico Diocesano haverá uma concentração dos fiéis para que às 18h30min, saiam em caminhada penitencial do Santuário em direção à Catedral Senhora Sant’anna.


Na Catedral, uma missa será celebrada com a imposição das cinzas e “faremos uma oração diante da imagem de Nossa Senhora, pedindo pela paz entre as nações, com o jejum e a abstinência de carne que somos chamados a fazer, como manda a Santa Mãe Igreja”, complementou Dom Edimilson, que pediu aos participantes da caminhada, se puderem, levar uma vela.


Campanha da Fraternidade


Com o tema ‘Fraternidade e Educação’, a campanha da Fraternidade da Igreja Católica será aberta oficialmente amanhã (2). Em suas palavras, Dom Edimilson enfatizou que não se trata da educação reduzida às escolas ou às universidades, mas “a educação como um ato de compromisso de todo cristão, que tem Cristo como mestre. Ele nos ensina e nós somos discípulos, aprendemos. Somos chamados a construir o processo de educação na família e na sociedade, onde quer que nós estejamos. Será também um momento de abrir a Campanha da Fraternidade voltada para educação do grande mestre nosso Senhor, é Ele que nos ensina a trabalhar em benefício da paz”.


No final da entrevista, Dom Edimilson fez uma oração pela paz:


“Nós queremos então pedir ao nosso senhor Jesus Cristo, o príncipe da paz, que envie para nós, sobre o mundo inteiro a força do espírito santo, para transformar os corações da humanidade a fim de que nós sejamos capazes de construir a civilização do amor, onde houver ódio que eu leve o amor, onde houver trevas que eu leve a luz, onde houver discórdia que eu leve a união, onde houver dúvidas que eu leve a fé. E repetir aquela bonita oração de São Francisco: oh, mestre, fazei que que eu procure mais amar e ser amado, compreender e ser compreendido, perdoar e ser perdoado, pois é dando que se recebe e perdoando que se é perdoado, morrendo que se vive para a vida eterna. Que a paz e a benção de Deus desçam sobre todos os lados que nos acompanham através da rádio, através das redes sociais. E que nós todos nos comprometamos a construir a paz em nossas casas, em nossa cidade, que às vezes também apresenta muitos sinais de violências. Combater a violência e não permitir que o diabo use de nós, para dividir, e para destruir, para levar à morte. Viemos ao mundo para conviver uns com os outros e manifestar a glória de Deus, experimentar o seu amor. Que Deus abençoe a todos e nos guarde, Ele que é pai e filho, Espírito Santo. Amém”.


Clique no link e confira na íntegra a entrevista de Dom Edimilson.

(Correio Ibiapaba – Foto: Reprodução)

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